terça-feira, 29 de outubro de 2013

O Lenhador Honesto







Há muito tempo, numa floresta verdejante e silenciosa, próximo a um riacho de águas cristalinas e espumantes corredeiras, vivia um pobre lenhador que trabalhava muito para sustentar a família.
Todos os dias, empreendia a árdua caminhada floresta adentro, levando ao ombro seu afiado machado. Partia sempre assobiando contente, pois sabia que enquanto tivesse saúde e o machado, conseguiria ganhar o suficiente para comprar todo o pão que a família precisava.
Um dia, estava ele cortando um enorme carvalho perto do rio. As lascas voavam longe e o barulho do machado ecoava na floresta com tanta força que parecia haver uma dúzia de lenhadores trabalhando.
Passado algum tempo, resolveu descansar um pouco, recostou o machado na árvore e virou-se para sentar, mas tropeçou numa raiz velha e retorcida, e antes que pudesse pegá-lo, o machado caiu pela ribanceira abaixo, indo parar no rio! O pobre lenhador esquadrinhou as águas tentando encontrar o machado, mas aquele trecho era fundo demais.
O rio continuava correndo com a mesma tranqüilidade de sempre , ocultando o tesouro perdido.
"- O que hei de fazer? Perdi o machado! Como vou dar de comer aos meus filhos? - gritou o lenhador."
Mal acabara de falar, surgiu de dentro do riacho um anjo...
"- Por que você está sofrendo tanto?" - perguntou, em tom amável.
O lenhador contou o que acontecera e ele mergulhou em seguida, tornando a aparecer na superfície segundos depois com um machado de prata.
"- É este o machado que você perdeu?"
O lenhador pensou em todas as coisas lindas que poderia comprar para os filhos com toda aquele prata! Mas o machado não era dele, então balançou a cabeça dizendo:
"- Meu machado não era tão belo."
O anjo colocou o machado de prata sobre a barranco do rio e tornou a mergulhar. Voltou logo e mostrou outro machado ao lenhador:
"- Talvez este machado seja o seu?"
"- Não é, não! Esse é de ouro! Vale muito mais do que o meu."
O anjo colocou novamente o machado de ouro sobre a barranca do rio, mergulhou mais uma vez e trouxe o machado perdido.
"- Esse é o meu! É o meu, sim; sem dúvida!"
"- É o seu ."- disse o anjo, "... e agora também são seus os outros dois. São um presente, pela sua honestidade."
À noitinha, o lenhador empreendeu a árdua caminhada de volta para casa com os três machados às costas, assobiando contente e pensando em todas as coisas boas que eles iriam trazer para sua família.
A honestidade traz mais coisas do que podemos imaginar! "Quem ama não cansa...
E se cansar, ama o cansaço!"
(extraído do Livro das Virtudes para Crianças - autor desconhecido)
                                                                     

Mania De Superioridade






Existem pessoas que, por terem maior bagagem de conhecimento que outras, se julgam superiores, achando-se com o direito de menosprezar aquelas que, menos favorecidas, não dispõe do mesmo cabedal de conhecimentos, mas que nem por isso podem ser consideradas inferiores.
" A luz não vem ao mundo para zombar das trevas; mas iluminá-las."
Sem dúvida alguma... Essa é a atitude correta. Todo aquele que tiver mais "luz", deve procurar iluminar aqueles que não a tem, ao invés de menosprezá-los.
Nunca podemos nos esquecer ainda, de que não somos detentores do conhecimento absoluto. Sempre existe algo que não conhecemos.
Exemplificando: um grande cientista, possivelmente não saberá consertar uma torneira.
Então, apesar de todo seu cabedal de conhecimentos, ele vai precisar dos conhecimentos específicos de um humilde encanador.
Tudo na vida é uma troca de conhecimentos. Assim sendo, antes de zombar de alguma pessoa que seja ignorante naquilo em que você é sábio, procure saber se seus conhecimentos são tão profundos, que dominam também a especialidade desse alguém.
Como é praticamente impossível ao cérebro humano absorver o conhecimento total, sempre devemos manter nossa humildade e, da mesma maneira que procuramos saber mais, também devemos dividir com os outros aquilo que sabemos, ao invés de nos vangloriarmos de nossos conhecimentos profundos sobre determinado assunto, tachando de ignorantes aqueles que não tem o mesmo grau de conhecimento.
Será que não existe alguma coisa que um humilde faxineiro nos possa ensinar? Não tenha dúvidas de que existe. Nem que seja uma lição de humildade. E essa, amigos, já é uma grande lição de vida que, se bem aproveitada, pode nos ensinar a viver melhor...
Essa lição, inclusive, pode mostrar que o orgulho desmedido que muitas pessoas sentem por suas origens, por sua situação financeira, ou por seus conhecimentos, muitas vezes pode se virar contra elas mesmas, pois sua atitude acaba afastando muitos amigos, que acabam se cansando de certas atitudes prepotentes e as deixam sós. E de que vale o orgulho nessa altura dos acontecimentos?
Então Amigos (as)... o negócio mesmo é procurar dividir nossa "luz" com quem não a tem, ao mesmo tempo em que podemos nos iluminar um pouco com a "luz" que outras pessoas tem, e da qual somos carentes. Assim, ao mesmo tempo em que aumentamos nossa "área iluminada", "iluminamos" áreas alheias. Não lhes parece uma troca justa?
Aliás, a melhor maneira de evitar o apagão, é com ideias luminosas.
                                                                          Carlos Della Justina

Uma História Interessante






Um açougueiro estava em sua loja e ficou surpreso quando um cachorro entrou.
Ele espantou o cachorro, mas logo o cãozinho voltou. Novamente ele tentou espantá-lo, foi quando viu que o animal trazia um bilhete na boca.
Ele pegou o bilhete e leu: - 'Pode me mandar 12 salsichas e uma perna de carneiro, por favor.
Ele olhou e viu que dentro da boca do cachorro havia uma nota de 50 Reais.
Então ele pegou o dinheiro, separou as salsichas e a perna de carneiro, colocou numa embalagem plástica, junto com o troco, e pôs na boca do cachorro.
O açougueiro ficou impressionado e como já era mesmo hora de fechar o açougue, ele decidiu seguir o animal.
O cachorro desceu a rua, quando chegou ao cruzamento deixou a bolsa no chão, pulou e apertou o botão para fechar o sinal. Esperou pacientemente com o saco na boca até que o sinal fechasse e ele pudesse atravessar a rua.
O açougueiro e o cão foram caminhando pela rua, até que o cão parou em uma casa e pôs as compras na calçada. Então, voltou um pouco, correu e se atirou contra a porta. Tornou a fazer isso.
Ninguém respondeu na casa.
Então, o cachorro circundou a casa, pulou um muro baixo, foi até a janela e começou a bater com a cabeça no vidro várias vezes. Depois disso, caminhou de volta para a porta, e foi quando alguém abriu a porta e começou a bater no cachorro.
O açougueiro correu até esta pessoa e o impediu, dizendo:
-'Por Deus do céu, o que você está fazendo? O seu cão é um gênio!'
A pessoa respondeu: - 'Um gênio? Esta já é a segunda vez esta semana que este estúpido ESQUECE a chave!!!'

Moral da História:
Você pode continuar excedendo às expectativas, mas para os olhos de alguns, você estará sempre abaixo do esperado'
"Qualquer um pode suportar a adversidade, mas se quiser testar o caráter de alguém, dê-lhe o poder".
"Se algum dia alguém lhe disser que seu trabalho não é o de um profissional, lembre-se:
Amadores construíram a Arca de Noé e profissionais, o Titanic".
"Quem conhece os outros é inteligente. Quem conhece a si mesmo é iluminado. Quem vence os outros é forte. Quem vence a si mesmo é invencível".
                                                                                                     Carlos Della Justina

A BARATA BARATINADA........



                             

       (Conto de Mírian Cavalcanti Prado)

De manhã bem cedo, aparece vinda de lugar não sabido, aquela barata tonta. Voadora como o quê, aterrissa no campo de uma conceituada padaria da cidade. Levada pelas sensoriais e aguçadas antenas sente se atraída à vitrine de bolos, certamente a mais convidativa.
O pouso seguido da trajetória da praga é acompanhado de perto por muitos que ali, perplexos, observam a enxerida do lado de dentro do vidro. Uma senhora, mais sensível, não se contém e solta os gritos presos na garganta até então. Apontando os detalhes do que vê sobre as massas confeitadas; longo espaço percorrido pelo inseto que, em cada parada vai defecando e se esfregando num vai-e-vem nojento de patas cabeludas, ostentando asas sobrepostas deitando e rolando no adocicado e farto tabuleiro.
Logo à frente avista com seus olhos facetados um esconderijo que, a propósito, veio a calhar. Acomoda-se no acesso da entrada sob aquela fortaleza que toma como sua; depois de escorregar do alto de um bolo de casamento, “despenhadeiro” abaixo, por entre “muros” escuros rebocados de chocolates. Talvez assustada com os crescentes protestos de repulse, finalmente, ali, a aventureira fica esconsa.
Mas, todos com os olhos fixos no confinamento, aguardam com expectativa a sua saída do lugar impróprio, onde, temendo algo inescrupuloso sobre os alimentos, ninguém tascava contra a vida daquela pequena envernizada. A freguesia a postas ao espetáculo, limitava-se convencê-la apenas com palavreados como “xô bicho”, “psiu”, “arre”... Até uma confeiteira mais destemida, saída de um reservado dos fundos, empunhando uma concha de alumínio se encorajar a forjar um ultimato contra a bendita, dona da situação. Assim, vai desbarrancando com cautela a massa envolta ao alvo, de jeito a evitar o inseticida.
A pretensão da torcida que era levá-la dali viva, para ser esmagada em outro local, se desfaz.
Quando menos se esperava, a dita cuja resolve furar o cerco e levanta voo. Efetua uma espetacular rasante na cabeça dos deslumbrados que ali se encontram. Medrosos e sem olhar onde, foram subindo em balcões, estufas, prateleiras, mostruários, torradeira de café, refrigerador... Só depois de se sentirem seguros desceram de suas alturas e voltaram todos às atividades normais.
Sumida por alguns minutos, eis que um freguês mais tranquilo que lanchava ali sentado numa mesa de canto recebe um safanão e retruca com um berro ao perceber a tentativa de pouso no seu prato de salgado. Acerta a mão no seu alvo, tangendo a voe jante para o lado de mais movimento. Daí pouco restava para a pobre ser encurralada para o inevitável linchamento. Um pontapé certeiro daqui, outro dali e a danada ficou espremido no chão.
O destrincha mento repugnante (por sorte do dono da padaria e por que não dos demais?), aconteceu fora das guloseimas. Menos mal.



O Conto do Gato Preto







Vivia em uma pequena cidade do interior, um homem sisudo que não tinha amigos e com uma característica terrível: NÃO GOSTAVA DE ANIMAIS. Sua mulher Ana, vivia sempre triste, porque o comportamento de seu marido tirava toda possibilidade de fazer amizades.
Certo dia apareceu em sua casa, um lindo gatinho preto. Ana não hesitou em tratar do gatinho: deu banho, comida e muito amor.
Na hora do almoço quando seu esposo João chegou, sentiu cheiro de animal em sua casa e ficou bravo com sua esposa que negou a existência do bichinho.
No dia seguinte João perdeu o emprego e veio chutando tudo o que encontrava no caminho e como chegou fora do horário deu de cara com o gatinho que dormia confortavelmente em uma poltrona macia. Ficou irado, xingou, gritou, esperneou e correu atrás do gato e esposa.
Passados três dias a vizinhança notou que não havia movimentação na casa e João falou a todos que sua esposa tinha ido para o interior encontrar-se com sua família.
A polícia, a pedido da família de Ana e vizinhos, invadiu a casa e vasculhou todos os cômodos e nada encontrou. Passou mais uma semana e retornaram a pedido das mesmas pessoas e invadiram o sótão que da última vez não verificaram.
Após olharem minuciosamente todos os detalhes daquele sótão, verificaram que havia uma parede de cimento fresco. Indagaram o que tinha acontecido e João disse aos policiais que estava reformando sua casa a partir daquele lugar.
Mas tudo o que se faz aqui nesta terra, um dia é descoberto, o policial bateu na parede de cimento fresco dizendo da boa estrutura de sua casa.Com a pancada, o cimento fresco cedeu e caiu, mostrando o rabo de um gato. Imediatamente os policiais apressaram em tirar todo o reboco e descobriram atônitos que Ana, esposa de João e o gato preto, agora com os olhos furados, foram enterrados vivos.
João foi preso e o mistério descoberto.

CONTO DE : Edgar Alan Poe